11/16/2004

O que parece, é.

Em política, ou politiquezmente falando, o que parece, é.
Também socialmente, ou cientificamente, pelo menos do ponto de vista empírico, até que uma determinada solução cabal seja dada aquilo que é o conhecimento comum, ou comummente aceite pelos demais é tido como a realidade. Mesmo que essa, seja apenas uma baça imagem da verdadeira realidade, ou que aquilo que se julgava um pequeno e marginal fenómeno esconda dentro de si miríades de deformações ou acrescentos.
Em política local, o que parece, é, mas muito maior... O que quero dizer com isto é que, no domínio do conhecimento pessoal, quando a maioria das variáveis comportamentais estão estudadas por alguém, ou quando a sua "intuição" aponta caminhos de comunicação verosímeis, aquilo que é a imagem dada por alguém de coisa ou pensamento, mesmo que por interesse particular, ou pontual tenha sido veiculado, passa ter valor maior e portanto, é tomado como o todo das ocorrências.
Logo o que parece é multiplicado pela quantidade de vezes que pareça verosímil venha a suceder e tomado como reacção, à priori.
Este tipo de raciocínio a que infelizmente é muito difícil escapar, é, por vezes, tão forte, que chega a perturbar todo um colégio de pessoas, que, por influência ou interesse manifestam ter o mesmo conhecimento da realidade.
Toda esta introdução, serve para esclarecer, que muito embora, pense estar na posse das ferramentas que me permitiriam sair deste ciclo de vício, a que a nossa análise da realidade política nos obriga, me sinto também vulnerável perante essa quase força oculta, que ataca sem avisar.
Servirá também, para o leitor das entrelinhas, para dar o meu contributo a iluminar uma questão velha e caduca, de que na política (local, regional, nacional, mundial) só mudam as moscas e que o resto é sempre o mesmo, incluíndo o cheiro... Discordo completa e frontalmente deste circunlóquio. Esta é uma ideia perigosa, pois faz cair no mesmo saco em que estão mesmo as pessoas que por má índole ou prática, mesmo que negligente, a merecem, as pessoas que de facto sempre se impuseram por causas, nobres ou menos nobres, suas ou dos outros, importantes ou de somenos, mas com sentido e com apego.

Penso que também consegui explicar porque é que os políticos resolvem pelo pior dos motivos falar com palavras caras ou baratas, mas sempre de forma a que ninguém os perceba. Isso serve para que só mesmo entre eles as palavras ditas tenham sentido. Assim, ninguém poderá depois culpá-los de terem mentido, mas podem sempre agraciá-los com novas honrarias caso tudo dê certo, pois nessas alturas uma circunstante explicação é dada.

Quero que os políticos falem baratinho. Quero que usem frases curtas. Quero que figam tudo pausadamente. Quero que respirem ar e o devolvam ao ar e que não tentem falar como se da potência da sua voz dependesse a sua razão.
Quero que as pessoas estudem e aprendam e percebam o que os políticos dizem, pois chegará a altura em que todos sabemos onde queremos ir, mesmo que os políticos nos digam que se lá chega de tal modo ou tal forma, ou usando tal e tal método... Saberemos lá chegar sem eles ou com eles se falarem verdade...
Quero que nenhum político se aproveite do facto de ter algum resquício de poder, para influir mesquinhamente na vida de outrém.
Quero que os políticos falem abertamente como se a sua vida não dependesse dos votos que irão receber.
Quero que os políticos sejam principescamente pagos e que depois de um mandato saiam para dar lugar a outros.
Quero que os políticos saibam o que estão a fazer e não sejam pedantes ou autómatos.
Quero que sejam profissionais e que se não o forem se tornem.
Quero que se esforcem. Mais do que agora. Melhor do que agora.

E quero tudo isso... PORQUE EU PAGO TUDO, INCLUSIVÉ, AS CONTAS DOS QUE VOTARAM EM BESTAS, QUE FAZEM ASNEIRAS COM AS QUAIS TENHO DE VIVER 4 ANOS DE CADA VEZ!!!!!!!!!

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